quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Ponto de Vista

A minha caixa de correio acabou de registar a entrada duma reacção do meu amigo e leitor assíduo deste blogue, o NINOZAZA, face às recentes manifestações protagonizadas pela população da Cidade e Província de Maputo, contra a subida da tarifa do "Chapa". Ei-la:
"Meu caro eu acho k o povo esta coberto de razão, o custo de vida esta muito caro e por outro lado acho k estas manifestações não são somente sobre o Chapa, esse é o problema manifesto por detrás disso eu vejo um povo que não vê soluções para o encarecimento constante da vida, pão que custa 6,5 meticais, entre outros bens de primeira necessidade. Vejo um povo que aproveitou esta deixa para exprimir a sua magoa pelos seus ente queridos perecidos no paiol e que nada aconteceu para com os responsaveis.
E acima de tudo um povo que olha para os seus governantes e não consegue ver esses a trazerem soluções para os problemas que os afectam diariamente. Parece que neste país só um punhado de pessoas tem direito a viver condignamente e os outros tem k sobreviver e se não o faz é porque é preguiçoso. O Governo não consegue criar as condições propicias para que o empreendedorismo das pessoas venha ao de cima e os poucos empreendedores são os filhos destes.
É muito complicado tomar decisões quando temos interesses pessoas nos centros de decisão, esta país não tem uma politica definida sobre os transportes a mão livre do mercado penso eu que não pressupõe o abandono total da responsabilidade do governo em providenciar transporte as populações. É absurdo que a TPM, que não consegue dar vazão ao seu objectivo principal que é fornecer serviços de transporte aos cidadãos, compre 5 autocarros de luxo de modo a fazer face a carência de autocarros neste seguimento do mercado.
Os transportadores estão cobertos de razão, porque eles são empresas privadas e buscam o lucro se elas estão no mercado foi porque o governo abriu espaço para que elas pudessem operar, agora não podemos esperar de um privado a mesma atitude paternalista do ESTADO. O privado tem k pagar os custos de manutenção da viatura e tem salários por pagar e depois os impostos e por fim como qualquer iniciativa de carácter privado ele tem k ir buscar os lucros porque de contrário não compensa o negócio e como não se esta para paternalismo baratos fecha ou muda de actividade.
Na minha optica o Executivo de Guebuza, tem k ser menos gastador e mais racional, em vez de estar a esbanjar dinheiro em gastos superfulos que se promovem comodidade aos membros do partido (provisão de 250 veiculos aos deputados, enquanto estes podem ir a Durbam com o seu cash e comprar carros com isenção de impostos; o próprio presidente deixar de gastar tanto em viagens e carros de luxo como o mercedes-benz da sua escolta que foi adquirido após ter assumida a presidencia da república em vez de andar no mercedes-benz que o Chissano lá deixou; viagens da primeira dama muitas delas desnecessárias, aquisição de viaturas para funcionários publicos séniores que já tem viaturas entre outras) podia alocar esses fundos para esses questões sociais que são muito importantes.
Eu acho k a gestão de um país é como gestão da casa, quando não tens muito dinheiro não te podes dar ao luxo de ter caprichos ( ter tvcabo, dstv, exemplo) tens que ser racional de modo a poupares o suficiente para periodos maus e investir em áreas prioritárias.
E deixo uma pergunta, depois do cenário desta ultima 3feira o povo viu que tem força e pode fazer mudanças. não estará aberto um precedente? "
NINOZAZA

21 comentários:

Elísio Macamo disse...

caro ilídio, eu estava com saudades do ninozaza e ultimamente me perguntava por onde ele andava. sempre apreciei o seu sentido de humor e o interesse genuino que ele sempre revelou pelas questões que comentava. vê-se neste comentário que publicaste que ele continua o mesmo, embora talvez pela gravidade do assunto o humor tenha desaparecido. eu acho que ele levanta questões muito importantes que nós todos precisamos de reflectir. o grande problema que vejo, contudo, é que a sua reflexão insiste justamente no que é o nosso problema. explico-me: pesa na sua reflexão a ideia de que o governo pode resolver os problemas. penso que a gravidade dos nossos problemas exige que comecemos a reflectir sobre alternativas à ideia de que o governo os pode resolver. temos que encontrar maneiras de formular os nossos problemas que não prevejam uma solução governamental. isso é difícil, mas a tarefa é essa agora. os eventos de terça-feira não mostraram que o povo pode se impôr como muita gente anda por aí a dizer. mostraram que se não tivermos cuidado vamos deitar tudo a perder quanto alcançamos com o fim da guerra. eu fico pessimista quando vejo a forma bastante descuidada como alguns de nós (não é o caso do ninozaza) estamos a reagir a estes eventos. num momento em que devíamos mesmo começar a pensar, continuamos a preferir as fórmulas simples. as manifestações de terça-feira não colocaram apenas um problema aos governantes. colocaram um problema aos que têm formação e tempo para reflectir para além das aparências. enquanto não houver solução, somos todos parte do problema.

ilídio macia disse...

Caro elísio, acabou de lançar um desafio muito importante para todos nós. Temos que relfectir profundamente. Esta ideia de termos que "encontrar maneiras de formular os nossos problemas que não prevejam uma solução governamental" é na verdade muito difícil.Não sei se no nosso contexto, sobretudo no que diz respeito ao sector dos transportes, é possível afastar as soluções governamentais. Repare que o Governo, falha muito na aplicação dos fundos. Há uma identificação correcta dos problemas, mas há uma resolução incorrecta dos mesmos.Gasta-se muito em coisas fúteis. Discute-se sempre a criação de mais órgãos como se os que existem fossem insuficientes.Privilegia-se muito a marca da viatura que o governante deve conduzir, como se esta fosse determinante para a sua actividade governativa. Caro elísio, com uma gestão correcta dos recursos financeiros que temos, é possível o ajudar a população a sair da triste situação a que está votada. Temos que começar a gerir racionalmente o que temos. O Governo tem uma grande responsabilidade, mas não a assume.Deprimente!

Elísio Macamo disse...

caro ilídio, reproduzo o que escreveste: "Há uma identificação correcta dos problemas, mas há uma resolução incorrecta dos mesmos.Gasta-se muito em coisas fúteis. Discute-se sempre a criação de mais órgãos como se os que existem fossem insuficientes.Privilegia-se muito a marca da viatura que o governante deve conduzir, como se esta fosse determinante para a sua actividade governativa" para te perguntar: porque é que a resolução dos problemas correctamente vistos não acontece? porque se discute sempre a criação de mais órgãos? porque se privilegia a marca da viatura? eu compreendo que estejas revoltado com a situação (quem não está?), mas não compreendo porque é que queres deixar esse trabalho essencial de reflexão para outros. sem esse trabalho, ilídio, isto é, sem as respostas para estas perguntas tão simples qualquer um de nós que neste momento está revoltado vai ao governo e faz a mesmíssima coisa. achas mesmo que vendendo todos os mercedes, obrigando todos os ministros a andarem de bicicleta e aumentando a boa vontade dos governantes ficava resolvido o problema de transportes da população? assim mesmo? eu acho que estás a optar pelo mais fácil. dizes, e muito bem, que temos que gerir racionalmente o que temos. mas essa é que é justamente a pergunta. como garantir a gestão racional do que temos? tu e eu podemos prometer ir gerir bem o que o país tem, mas como é que se vai garantir que cumpramos a nossa promessa? o que faz com que as pessoas não cumpram com as promessas? abraços

ilídio macia disse...

Diminuir gastos em coisas fúteis é sim um passo importante, mas não o único. É pois necessário, entre outras coisas, que o nosso dirigente seja honesto e que saiba que a tarefa n.º 1 é servir e servir bem. Para mim, as manifestações que estão a ocorrer na zona sul do País, são um sinal de que o povo está arrependido de ter celebrado um contrato social com os governantes. Ou não?

Elísio Macamo disse...

oh, ilídio, estás mesmo chateado! compreendo. não obstante, continuo a pensar que optas pelo mais fácil. concordo contigo que o dirigente tem de ser honesto e tem de diminuir gastos fúteis. muito bem. mas a pergunta é: como é que isso é possível e como é que podemos garantir que isso não aconteça? se responderes que os dirigentes têm que ser honestos estarás simplesmente a ser circular. e estarás a exigir dos dirigentes moçambicanos algo que não se exige de mais nenhum dirigente no mundo. de um político não se espera honestidade, mas criam-se condições para que a desonestidade não fique impune.
não sei se o povo está arrependido pelo contracto social que assinou com os governantes. qual povo, ilídio? qual contracto social? alguma vez houve mesmo algo parecido com isso no nosso país? não serão estes problemas justamente uma manifestação da ausência desse contracto? não teremos nós ao longo dos últimos tempos vivido apenas sob a impressão da existência de um contracto que nunca de facto houve?
eu compreendo a revolta que todos nós sentimos; não compreendo porque é que não pegamos nisto como um desafio para todos nós, não só para o governo. suponhamos que os governantes continuem indiferentes à nossa sorte porque estão bem lá onde estão: estás disposto a aceitar a ideia de que o povo não tem outra alternativa senão manifestar-se violentamente? vais preferir responsabilizar o governo pela instabilidade que resultar? a quem vai interessar saber quem foi responsável quando o país começar a arder a sério? revolta-te, ilídio, reclame e tudo o mais, contudo não te esqueças que a responsabilidade por pensar para além do que está a acontecer pertence a ti, não só ao governo. vamos aceitar o desafio que o país nos lança, ilídio. é sério.

ilídio macia disse...

Sim Senhor, caro elísio. Já estou com um pé no seu barco. As frases que se seguem são suas: "não sei se o povo está arrependido pelo contracto social que assinou com os governantes. qual povo, ilídio? qual contracto social? alguma vez houve mesmo algo parecido com isso no nosso país? não serão estes problemas justamente uma manifestação da ausência desse contracto". Muito bem, caro elísio. Talvez o problema seja realmente este. Explico-me: Se foi celebrado o contrato social, então os governantes não perceberam o objecto do contrato e, talvez seja por isso que não conseguem interpretar os anseios da população. Talvez seja aí onde encontraremos a explicação das afirmações do Vice Ministro do Interior, na sequência das manifestações. Enfim...

Elísio Macamo disse...

caro ilídio, não entres no meu barco, pois este, tal como o governo, está a afundar-se. gostaria, contudo, que o meu barco se afundasse e o país se mantivesse à superfície. tu imaginas quão difícil é para mim perceber o que tu sentes, pois não estou aí a viver essas situações como tu e outros as vivem. mas podes ter a certeza de que a sorte do país me preocupa. preocupa a muitos de nós cá fora. na terça-feira à noite conversei durante mais de duas horas de tempo ao telefone com um amigo que anda também por aqui (severino ngoenha, que é filósofo) e mais do que tentarmos perceber o que está a acontecer estávamos a dar conforto um ao outro pela impotência que todos sentimos em dar outro rumo às coisas em áfrica. falávamos do quénia, do chade, etc. é por isso, ilídio, que fico muito sensível às explicações rápidas, mas sobretudo à transferência do problema para outros. o machado da graça escreveu um texto muito bom onde ele tenta identificar o problema. tem lá no meio várias coisas que não fazem sentido, mas ele não se deixou levar pelas fórmulas simples. o notícias de amanhã traz um artigo meu sobre os desafios que a manifestação nos coloca. o problema não é só o governo, ilídio, e mesmo se fosse, todos íamos sofrer as consequências. pensa nisso. abraços

Patricio Langa disse...

Caro Ilidio.
Faz tempo que não comento em teu blog. Acho a tua preocupação e “revolta” legítima.
Há muitas coisas no país que não estão como muitos de nós gostariamos que estivessem.
Tenho para mim que uma forma de começar a interpelar essas coisas, e de melhor entender o país que temos, é através do debate. Nesse debate eu prefiro prestar mais atenção a aqueles que falam de um ponto de vista “disciplinar” (na falta de melhor termo. Já temos bastante generalistas na nossa sociedade. É só ler os jornais e alguns blogs.O que quero dizer, é que os textos do ilidio que mais me suscitam interesse são aqueles que lançam um olhar jurídico sobre os fenómenos que ocorrem no nosso país. Pelo menos aí a tentativa de formulação mais cuidadosa dos problemas é notável. De contrário, pusemo-nos a repetir lugares comuns a partir das impressões que temos da realidade.Que tal lançar um olhar jurídico sobre os tumultos? Que tipo de questões nos deviamos colocar? E aqui não me refiro apenas a acção colectiva (dos manifestantes). Que instrumentos analíticos o direito nos pode emprestar para perceber o que se passou no dia 5? Enfim, acho que este tipo de questões ajuda-nos mais a lidar com ilusão da transparência que nos fazer pensar que conhecemos bem a nossa realidade.

ilídio macia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ilídio macia disse...

Muito bem. Agora percebo os desafios que os meus caros elísio e patrício lançam de forma muito inteligente. Em suma, convidam todos nós a uma reflexão profunda e caultelosa sobre o estado actual das coisas no nosso País. Não nos contentemos com "verdades simples", tal como tem dito o elísio. Cabe a nós a procura de alternativas para a solução dos problemas que o nosso País enfrenta. Todos nós somos responsáveis. Foi bom ter discutido convosco este tema. Muito obrigado pelas contribuições valiosas que aqui deixaram, meus caros, Ninozza, elísio e patrício.

Júlio Mutisse disse...

Escrevi no meu blog que tirando a violência cometida a 5 de Fevereiro poderiámos encontrar naquelas manifestações o exercício da cidadania através pela contestação à subida do chapa, num exercício similar ao que é feito em várias partes do mundo. Porque não encarar as manifestações neste termos?

Porque SUBLINHAR (apenas) o descontentamento do povo em detrimento da ideia de que, em DEMOCRACIA, o povo mostrou aos que governam em seu nome, a falta de concordância com o rumo que certas coisas estão a tomar?

O país enfrenta grandes desafios um deles é o de combater o nosso distanciamento em relação a coisa pública ou o alheamento quase completo em relação às políticas que, em nosso nome, os sucessivos governos da República de Moçambique tem adoptado. Mais do que REAGIR (como aconteceu a 5 de Fevereiro) temos que AGIR.

Como diz Elísio Macamo “o governo tem, em princípio, um mandato da sociedade para fazer coisas em nome dessa sociedade.” Em minha opinião, e em face desta premissa, o que a sociedade deve fazer permanentemente, é fiscalizar como, em cada momento, o governo cumpre esse seu desígnio. Os direitos que temos como cidadãos não são privilégios e exigi-los não é ser mal criado e inoportuno. A cidadania é, portanto, o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe permitem intervir na direcção dos negócios públicos do Estado.

Thats my view meu irmão. Parte do que te trago aqui transcrevi do post com o título Cidadania - Um debate que se requer do meu blog.

ilídio macia disse...

Grato pelo comentário, caro Mutisse.Podemos considerar exercício de cidadania, mesmo tendo em conta aquele "modus operandi"? O exercício de cidadania não deve ter como fundamento os preceitos constitucionais?Em que consiste o exercício da cidadania num Esdado de Direito?Quid juris?

Júlio Mutisse disse...

Meu caro, como escrevi no meu comentário, "tirando a violência cometida a 5 de Fevereiro poderiámos encontrar naquelas manifestações o exercício da cidadania pela contestação à subida do chapa, num exercício similar ao que é feito em várias partes do mundo".

Note os "ventos" que sopram da tuga com populações em constantes vigílias contra encerramentos de unidades hospitalares etc.

Nós ainda estamos "verdes" nesta forma de expressar a nossa cidadania. Viemos da colonização em que estávamos amordaçados; passamos pelo período do partido único em que nem poderiamos pensar em MANIFESTARMO-NOS nestas coisa. Chegamos a 90 ABERTURA total mas, infelizmente, não temos ainda cultura de interpelar o Estado. Por isso que digo que um dos desafios que temos é é o de combater o nosso distanciamento em relação a coisa pública ou o alheamento quase completo em relação às políticas que, em nosso nome, os sucessivos governos da República de Moçambique tem adoptado.


Quanto as perguntas que formulas remeto-te aos comentários ao post sobre CIDADANIA no meu BLOG.

ilídio macia disse...

Muito bem caro colega. Que se exerça a cidadania, em estrito respeito aos princípios constitucionais. Esta idéia está patente, inclusive, na sua postagem sobre cidadania.

Jaime Langa disse...

Caro Ilídio, acho interessante assumirmos com responsabilidade o desafio lançado pelo Elísio “"encontrar maneiras de formular os nossos problemas que não prevejam uma solução governamental". Pois, sem essa formula talvez ninguém de nós está preparado para ser um político diferente, isto é , se fossemos ao governo também faríamos a mesmíssima coisa, como diz Elísio, “de um político não se espera honestidade, mas criam-se condições para que a desonestidade não fique impune.” Então, talvez paramos de pensar que, se fossemos políticos seríamos diferentes (honestos). Procuramos a formula mais racional de gerir a desonestidade, se é que esse é o problema. O que acho MUITO difícil em África. Um abraço

Elísio Macamo disse...

caros ilídio, júlio e jaime, o debate voltou a ficar interessante. concordo convosco que a questão da cidadania é crucial. há aqui muita coisa que ainda precisamos de reflectir. muitos ainda não começaram a fazer isto porque estão ocupados a incitar as pessoas à violência. o artigo 8 da nossa constituição parece-me crucial; diz: a rep. de moçambique é um estado unitário que respeita na sua organização os princípios da autonomia das autarquias locais". "autonomia das autarquias" parece-me redundante, mas passa. o estado não devia só respeitar este princípio; devia incentivá-lo. já em tempos escrevi um texto no notícias a dizer que devíamos arriscar mais poder local (não essa trapalhice da autoridade tradicional e do pluralismo jurídico que vem no artigo 4), mas poder local que respeite a liberdade individual e esteja nela assente. o estado central está muito longe demais para ser fiscalizado devidamente. temos que criar fortes interesses locais que vão obrigar deputados a ir a maputo defender o seu eleitorado. quantos deputados estão na linha da frente das reivindicações populares? quantos deputados da zambézia reclamaram a questão das florestas? quantos deputados de gaza, sofala e zambézia estiveram à frente do apoio na questão das cheias? que meios têm os seus eleitores de exigir de um deputado que os represente realmente? sei que não é o momento oportuno para dizer isto, mas muitos de nós devíamos nos familiarizar com a forma como nasceu a constituição americana e com os princípios por detrás dela. houve o grande problema da escravatura, mas também foi nos termos dessa constituição que se argumentou contra ela. é nos termos dessa constituição que os direitos civis são discutidos naquele país. apesar de toda a confusão que o poder de washington faz pelo mundo, a democracia na américa assenta num poder local que defende e estimula a autonomia individual. a base disso tudo é uma filosofia política e de direito bem clara que a nossa constituição, por razões históricas compreensíveis, não apresenta. não há filosofia de direito clara na nossa constituição. é quase um documento tipo "estratégia" que não compromete ninguém. estou a ser radical, mas por vezes é necessário!

Júlio Mutisse disse...

Elisio,

Tivemos uma greve dos chapas ha pouco menos de um mes. As pessoas "atiraram pedras" para o Governo CENTRAL (o chefiado pela Dra. Luisa diogo) e nao para o Governo Municipal que, em quem licencia os chapas e, em principio, deveria pensar, por em pratica, uma politica de transportes para o Municipio de Maputo.

Pergunto-me porque o visado foi o Governo? Sera (apenas) por ser este quem define e decide os precos dos combustiveis? Ou sera por ser esse de quem o POVAO esta a espera das solucoes por ter (ao longo dos tempos) demonstrado a falsa aptidao de ser omnipresente e resolver todos os problemas?

Me parece que para que a democracia na Mocambique assente "num poder local que defende e estimula a autonomia individual" o municipe de Maputo tem que saber que, para alem da salubridade/lixo, o Municipio tem outras atribuicoes para as quais deve contribuir e que pode EXIGIR as contrapartidas que surjam delas. Sera que o mocambicano tem ideia da atribuicao dos municipios?

entao, como digo no meu Blog, o cidadao tem que estar informado sobre varias coisas incluindo deveres, direitos e liberdades para que possa exercer a cidadania conscientemente. Continuaremos a exigir do Estado coisas que podem ser resolvidas pelo Municipio para o qual consciente ou inconscientemente contribuimos com impostos e taxas.

Elísio Macamo disse...

júlio, tens toda a razão. estas coisas centrais precisam de ser repensadas.

Basilio Muhate disse...

Macia andas sumido

Passa-me o teu contacto.
Basilio.muhate@gmail.com

ilídio macia disse...

Ora viva, caro Basílio! Já te enviei o meu contacto.

Jonathan McCharty disse...

Prezado Elidio!

Adicionei-o aos meus "elos" no meu blogue (ainda no seu primeiro gatinhar). Espero que não esteja a incorrer em matérias do fórum de "invasão de propriedade privada/intelectual"!

Abraço